Outra delícia que infelizmente cerrou as portas, não me recordo o nome, era uma sorveteria de primeira, tocada por um italiano, seu Eugênio, que tinha outras lojas em Buenos Aires, e para a nossa sorte e seu azar, abriu uma na Alves de Brito, no centro. Ele montou uma estrutura cara, infelizmente, trazia os insumos da Itália e numa época em que aqui não se tomava sorvete no inverno, ninguém comprava outra coisa senão Kibon, o negócio durou pouco. Esse sorvete sim era um dos melhores, e tenho na memória seu sabor e textura, e nunca esqueço o método de produção do seu Stracciatella, do italiano stracciato ("reduzir em partes", "flocado"), o nosso brasileiro sorvete de flocos. Ele preparava um maravilhoso sorvete de baunilha e, com uma calda de chocolate meio-amargo (de verdade, sem gordura hidrogenada) quente e líquida, ele ia incorporando manualmente ao creme gelado, aos poucos, e as "gotas"de chocolate iam se solidificando e nascia uma sobremesa incrivelmente deliciosa! Foi lá que conheci outros sabores como o verdadeiro sorvete de Zabaione, que vem da sobremesa italiana, muito leve, que se obtém batendo gemas, açúcar e vinho Marsala.
De uns tempos para cá, com a explosão dos yogurt frozen, diversas opções surgiram e sorvetes artesanais também foram re-aparecendo por aqui.
Hoje já contamos com algumas opções bem interessantes, tal como a Gelateria do Max, na Lagoa e mais recentemente uma loja nova na Beira-Mar Norte, próximo ao Boteco da Ilha e Confeitaria Chuvisco. Lá você pode experimentar sorvetes beeem cremosos, e são esses que valem a pena: primeiro o delicioso Pinguim, um sorvete de nata com um creme espesso de chocolate e avelãs, como se fosse Nutella. O chamado Gellat'amo funciona como uma versão "negativa"do Pinguim, pois o sorvete é escuro, de chocolate e o creme é claro, um creme de avelãs bem doce, bem semelhante ao recheio do chocolate "Kinder Bueno. Delícia. Outros sabores também são interessantes, como o de Baunilha com raspas de limão siciliano e o Chocolate amargo (sem leite). Um tanto gordurosos na boca, característica que percebi nas primeiras vezes que experimentei, mas que acredito ter melhorado com o tempo, e com uma massa densa muito cremosa e sem injeção de ar perceptível, esse sorvete é uma ótima opção aqui na ilha. Pontos para a Gelateria do Max, que o Max, o proprietário italiano está sempre presente, de olho em tudo, e isso sem dúvidas é positivo para o seu negócio.
Outro sorvetinho bem especial, perto do Max inclusive, localizado desde 1976, na Travessa Harmonia, é uma dessas pérolas que poucos nativos conhecem. É o sorvete de Dulce de Leche, do velhinho argentino Seu Bernardo, da sorveteria La Cigale. Ele mesmo faz o doce de leite, e a partir dessa essa matéria prima maravilhosa, faz um sorvete que não tem outro igual na ilha. Tem também na versão Dulce de Leche com Nozes, muito boa. Ele vende também na caixinha de isopor para levar.
Já estou preparando um próximo post sobre os sorvetes industrializados, para o desafio de encontrar uma opção gostosa no super mercado.
Sorveteria do Max
Avenida Afonso Delambert Neto, 619 - Lagoa da Conceição
Av. Jornalista Rubens de Arruda Ramos, Beira-Mar Norte
La Cigale
Travessa Harmonia, 45 - Centro
Mas, e a sorveteria dos Ingleses e seus sabores de frutas deliciosos?
ResponderExcluirPois então... É que não curto muito lá. Os de leite são bem sem graça, e os de fruta também não achei nada demais. Acho que o pessoal se sente mais atraído pela quantidade e variedade de sabores, do que propriamente pela qualidade.
ResponderExcluirSaudade desse blog. faça da tua aventura nos EUA
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